Não sei se devido a muita
“cana” nos pernoites; ou se devido ao “Autan”, uma loção que passámos pelo corpo
inteiro para espantar o “Plasmodium Falciparum” -- de tanto ouvir falar decorei
até o nome “científico” -- para designar o popular mosquito da Malária; só sei
que nunca peguei essa doença, muito comum na Amazónia; doença que era tratada
com Quinino, que estão dizendo que também serve para tratar os atacados pelo
Corona Vírus; não sei, mas acho que em caso de dúvida é bom tomar. Uma vez,
quando já íamos dar partida nos motores para decolar de Jacaré - Acanga para
Santarém, o Tenente Médico da Tripulação veio correndo me avisar que acabava de
chegar uma menina dos seus 10, 12 anos que teria de qualquer maneira ser
transportada para Santarém, se não, não tinha escapatória, pois ela estava com
Malária Nervosa; ora, o nosso “Dakota”, como sempre, estava superlotado; autorizei
que armassem uma rede na “barriga” do avião e na companhia do pai, decolamos;
bem no meio do caminho, o médico me avisa que a menina tinha morrido; quase morri
de pena; chamei o pai e perguntei o que ele queria que eu fizesse; ele me pediu
quase chorando que voltássemos para Jacaré, pois em Santarém ia ficar tudo
muito “mais pior”, como ele me dizia; não tive dúvidas; meia volta volver,
pousamos em Jacaré, quando dei um forte abraço
no velho, que chorando me agradecia. Teve alguns outros “lances” naquela
missão, como voltar para Jacaré, sem pedir “autorização”; e outros lances que
não agradaram o Comandante do Comar; tristes lances, que não adianta mais
contar.
Coronel Maciel.
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