domingo, 19 de abril de 2020

EMPINANDO PAPAGAIOS..


Empinando aviões.
Eu tenho dois anjos que me acompanham desde criancinha; um, fica do meu lado direito; é o meu anjo do bem; o que fica do meu lado esquerdo, é o do mal; eu o respeito, mas não tenho medo dele.  Desde criancinha; desde quando eu empinava papagaio na minha rua; rua que ficava na “Final Curta” do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, em Belém, “um dos maiores do mundo”, os aviões daqueles bons tempos passavam tão baixos, quase roçando as linhas enceradas dos nossos papagaios “guinadores”; o meu anjo do bem fazia então eu ficar pensando assim :-- Nem que eu morra, mas um dia eu vou empinar um desses enormes  “papagaios”; não deu outra: com 16 anos entrei na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, e passei a maior e a mais feliz parte da minha vida “empinando” aviões; deve ser horrível chegar na final curta da vida e ver que não era aquilo que queríamos ser; assim como deve ser horrível “ser pobre”; aconselho muito “os outros” a seguir a vida militar; uma vida que não enriquece, mas que não empobrece ninguém; mas são poucos os que seguem os meus conselhos; o meu anjo do “bem também” me ensinou que eu devia aprender, e graças a ele eu aprendi, que temos que aprender a viver e a conviver com os outros como os outros são; e não como queremos que eles sejam. Pouso final.
Coronel Maciel.

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