Empinando aviões.
Eu tenho dois anjos que
me acompanham desde criancinha; um, fica do meu lado direito; é o meu anjo do
bem; o que fica do meu lado esquerdo, é o do mal; eu o respeito, mas não tenho
medo dele. Desde criancinha; desde
quando eu empinava papagaio na minha rua; rua que ficava na “Final Curta” do
Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, em Belém, “um dos maiores do mundo”, os
aviões daqueles bons tempos passavam tão baixos, quase roçando as linhas enceradas
dos nossos papagaios “guinadores”; o meu anjo do bem fazia então eu ficar
pensando assim :-- Nem que eu morra, mas um dia eu vou empinar um desses
enormes “papagaios”; não deu outra: com
16 anos entrei na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, e passei a maior e a
mais feliz parte da minha vida “empinando” aviões; deve ser horrível chegar na
final curta da vida e ver que não era aquilo que queríamos ser; assim como deve
ser horrível “ser pobre”; aconselho muito “os outros” a seguir a vida militar;
uma vida que não enriquece, mas que não empobrece ninguém; mas são poucos os
que seguem os meus conselhos; o meu anjo do “bem também” me ensinou que eu devia
aprender, e graças a ele eu aprendi, que temos que aprender a viver e a
conviver com os outros como os outros são; e não como queremos que eles sejam.
Pouso final.
Coronel Maciel.
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