Voando entre rios furos e Igarapés.
É sempre a mesma coisa
quando “cabocos” se metem com “cabocas”, dessas bem engraçadinhas, que tem os “lábios”
de mel; e não é só por aqui, não; é no mundo inteiro; vem desde os tempos da
Madalena, hoje considerada uma verdadeira Santa! Aliás, eu só acredito em
Santas e Santos que foram grandes pecadores, como o meu xará, o Santo
Agostinho. Vários amigos meus, que não posso dizer os nomes, pois seria um
grande pecado, mas pilotos como eu, também já fizeram das suas, voando por aí,
entre rios, furos e igarapés; alguns chegam até a jurar que já viram as
chamadas ”Iaras”, lindíssimas morenas que gostam ficar deitadas,
nuinhas-nuínhas, nas areias brancas dos furos e igarapés, sacudindo seus longos
cabelos negros, mais negros que “as asas das graúnas”; com sedutores sorrisos, cantando
melodias de amor. Foi assim que muitas conseguiram seduzir alguns pilotos dessa
nossa tão querida Força Aérea; eram pilotos “tarados”, desses que não podem ver
mulher, e que quando seduzidos pelas “Iaras” ficam doidos varridos e que o
único remédio é uma boa surra de corda, ou fumigação com alho, pois, como dizem
os nossos velhos amigos, missionários alemães, o cheiro do alho, ou mesmo da
cebola, ainda que seja superstição, espanta os amores das doces Iaras, que não
se dão bem com esses “cheiros”. Há também a lenda dos botos, os machos e os
botos fêmeas. Os machos seduzem mulheres; as fêmeas, os homens. Dizem as más
línguas que muitos desses nossos mais antigos, hoje velhos e saudosos pilotos, deixaram-se
cair nessas perigosas armadilhas; não fossemos mais espertos, teríamos caído nas
asas desses lábios sedutores...
Coronel Maciel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário